Política / Senado Federal
Alcolumbre reage a protestos e diz que não aceitará chantagens no Senado
Presidente da Casa cobra retomada das atividades legislativas e enfrenta pressão de senadores bolsonaristas acampados no plenário
06/08/2025
16:00
DA REDAÇÃO
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), declarou nesta quarta-feira (6) que não aceitará chantagens nem ameaças diante da crise instalada no Congresso Nacional, após a ocupação da Mesa do plenário por senadores da base bolsonarista, em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Não vou aceitar chantagens. Não vou aceitar ser ameaçado e o Senado voltará a funcionar. Não abrirei mão de minhas prerrogativas", afirmou Alcolumbre, segundo interlocutores presentes na reunião realizada na Residência Oficial do Senado com líderes da base governista.
O protesto dos parlamentares da oposição teve início na terça-feira (5), com a ocupação física da Mesa Diretora do plenário do Senado, o que impediu a realização das sessões previstas. A ação é um ato simbólico contra a prisão cautelar imposta a Bolsonaro pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A mobilização se estendeu também à Câmara dos Deputados, e levou Alcolumbre e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a cancelarem todas as sessões previstas para o dia 5 de agosto.
Senadores da oposição se recusaram a participar do encontro com Alcolumbre e exigiram uma reunião exclusiva com o presidente do Senado, sem a presença de lideranças da base governista. A decisão foi tomada após articulação do líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), que reforçou a insatisfação com a condução do Senado diante dos desdobramentos envolvendo Bolsonaro.
“O nosso grupo decidiu que não atenderá ao chamado de Alcolumbre nestas condições. É preciso que haja isenção na mediação deste impasse”, teria dito Marinho, segundo aliados.
A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, decretada na segunda-feira (4), desencadeou uma nova onda de tensões entre o Poder Judiciário e parlamentares aliados do ex-presidente, que pedem o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, além de criticar o que consideram uma escalada de “autoritarismo” do STF.
Enquanto parte da oposição pressiona pela abertura do processo, líderes do centrão e da base governista descartam apoio à pauta, considerada inviável politicamente — como já declarou o senador Ciro Nogueira (PP-PI).
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Relação de Fux com colegas da 1ª Turma do STF estava “insustentável”, avaliam ministros após voto divergente em julgamento de Bolsonaro
Leia Mais
Outubro Verde: mitos e verdades sobre a sífilis
Leia Mais
40 programas e ações que aprimoram a educação brasileira desde 2023
Leia Mais
Bolsonaro vai para a prisão? Entenda os próximos passos após publicação do acórdão do STF
Municípios