Política / Manifestação
Bolsonaro pede maioria no Congresso em 2026 para 'mudar o destino do Brasil' e volta a defender anistia aos presos do 8 de janeiro
Ex-presidente nega golpe, ataca Moraes e afirma que não tem obsessão pelo poder: “Nem preciso ser presidente novamente”
29/06/2025
20:00
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
Durante manifestação neste domingo (29) na Avenida Paulista, em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um discurso político com tom eleitoral, mesmo estando inelegível até 2030. Ao lado de aliados, ele pediu que seus apoiadores lhe garantam 50% da Câmara dos Deputados e do Senado Federal nas eleições de 2026 para, segundo suas palavras, "mudar o destino do Brasil".
“Se vocês me derem, por ocasião das eleições do ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil. Não quero isso para perseguir ninguém ou por revanchismo, mas pelo futuro do nosso país”, declarou.
Com público estimado em 12,4 mil pessoas, o menor já registrado em atos de Bolsonaro na Paulista desde o fim de seu governo, o evento teve como slogan “Justiça Já” e contou com a presença de parlamentares, ex-ministros e governadores aliados, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) — nome forte da direita para 2026 — e Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Em seu discurso, Bolsonaro declarou:
“Nem eu preciso ser presidente de novo. O Valdemar [Costa Neto], presidente do PL, me mantendo como presidente de honra do partido, nós faremos isso por vocês.”
O ex-presidente voltou a criticar o Supremo Tribunal Federal (STF) e defendeu anistia aos presos pelos ataques de 8 de janeiro, chamando a medida de “gesto de pacificação e altruísmo”.
“Anistia é um remédio constitucional. Não quero crer que seja vingança de uma pessoa ou de outra. Quem quebrou algo, que pague. Mas libertem os inocentes do 8 de janeiro.”
Ele ainda questionou o inquérito que responde por tentativa de golpe:
“Me acusam por uma fumaça de golpe. Não houve armas, nem apoio institucional, nem uso das Forças Armadas.”
O evento foi marcado por ataques ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso do 8 de janeiro no STF. O organizador do ato, pastor Silas Malafaia, chamou Moraes de “ditador” e o acusou de rasgar a Constituição. O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) também criticou a Corte por “censura” em julgamentos sobre regulação das redes sociais.
“Estamos lutando contra tiranos e somos perseguidos por isso”, disse Gayer.
Sobre as eleições de 2022, Bolsonaro disse que o TSE “desequilibrou a balança” e acusou os magistrados de “tirar Lula da cadeia” para colocá-lo na presidência. Negou golpe, disse ter feito uma transição pacífica, mas reafirmou que jamais entregaria a faixa presidencial:
“Jamais eu passaria a faixa para um ladrão”, afirmou, em referência a Lula.
Ele também comentou sua postura durante a pandemia, destacando que não se vacinou contra a Covid-19:
“Comprei 600 mil doses, mas escolhi não me vacinar por liberdade.”
O ex-presidente fez menção ao filho Carlos Bolsonaro, dizendo que o vereador carioca foi “o cérebro” de sua campanha:
“Carlos Bolsonaro me colocou na presidência da República.”
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