Política / Justiça
No STF, Mauro Cid confirma delação e mantém acusações contra Braga Netto
Militares ficaram frente a frente por mais de 1h30 em acareação sobre tentativa de golpe; Cid negou ter sofrido pressão da PF
24/06/2025
15:00
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
O tenente-coronel Mauro Cid confirmou, nesta terça-feira (24), no Supremo Tribunal Federal (STF), todas as informações prestadas em sua delação premiada, que descreve o planejamento de um golpe de Estado durante o governo de Jair Bolsonaro. Cid também negou ter sido pressionado pela Polícia Federal (PF) para colaborar com as investigações.
A confirmação ocorreu durante uma acareação com o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil de Bolsonaro. Ambos são réus na ação penal que apura a trama para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022.
A acareação, conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, durou cerca de 1h30 e colocou os dois militares frente a frente. Ambos mantiveram suas versões, sem ceder aos confrontos de versões contraditórias.
O STF publicou a ata da audiência, mas, por decisão de Moraes, não houve gravação do encontro. A sessão foi acompanhada por advogados dos réus, pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e pelas defesas dos outros seis acusados, incluindo o próprio Jair Bolsonaro.
O procedimento foi solicitado pela defesa de Braga Netto, que acusa Mauro Cid de mentir em sua delação. Pela lei, o réu pode solicitar acareação para esclarecer divergências de depoimentos entre testemunhas e acusados.
Preso desde dezembro de 2024, Braga Netto responde por obstrução de investigação, além de tentativa de acessar informações sigilosas dos depoimentos de Mauro Cid.
Durante a acareação, Cid reafirmou que o general teria entregue a ele R$ 100 mil em uma sacola de vinho, dinheiro supostamente destinado a financiar ações da tentativa de golpe. Ele também manteve a versão de que reuniões sobre monitoramento e suposto plano para assassinato de autoridades aconteceram na residência de Braga Netto — acusação que o general nega veementemente.
Logo após, ocorreu uma segunda acareação, envolvendo Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, e o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes. A audiência, que durou cerca de uma hora, também foi solicitada pela defesa de Torres, que busca esclarecer pontos considerados "nevrálgicos" no depoimento do general, que figura como testemunha-chave no processo, embora não seja réu.
Essa etapa integra a fase de instrução processual, a última antes do julgamento definitivo. Concluídas as diligências, o processo será avaliado pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros:
Alexandre de Moraes (relator)
Cristiano Zanin
Luiz Fux
Flávio Dino
Cármen Lúcia
O julgamento definirá se os réus — entre eles Jair Bolsonaro, Braga Netto, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Almir Garnier e Alexandre Ramagem — serão condenados ou absolvidos.
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