Política / Justiça
PGR pede prisão preventiva de Carla Zambelli e inclusão na lista da Interpol
Deputada deixou o Brasil após condenação no STF; Gonet também pede bloqueio de bens e classifica parlamentar como foragida
03/06/2025
14:50
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), bem como sua inclusão na lista vermelha da Interpol, após ela deixar o Brasil rumo aos Estados Unidos e anunciar que seguirá para a Europa. A medida, apresentada em caráter sigiloso pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, busca garantir a aplicação da pena imposta recentemente pelo STF à parlamentar.
“Não se trata de antecipação do cumprimento da pena [...] mas de imposição de prisão cautelar para assegurar a devida aplicação da lei penal”, argumentou Gonet no pedido.
Além da prisão, a PGR pediu:
Inclusão do nome de Zambelli na difusão vermelha da Interpol;
Suspensão do passaporte;
Sequestro e indisponibilidade dos bens da deputada.
A deputada afirmou que saiu do país para tratamento médico e que irá se licenciar do mandato. Ela deixou o Brasil em 25 de maio, pela fronteira com a Argentina, e de Buenos Aires embarcou para os Estados Unidos. Segundo a própria parlamentar, seu destino final será a Europa.
Ministros do STF ouvidos pela imprensa avaliaram que a saída da parlamentar configura fuga deliberada, com o objetivo de evitar o cumprimento da sentença.
“Por ter se evadido para outro país e anunciado publicamente sua permanência na Europa [...], deve ser considerada foragida”, diz o texto da PGR.
No último dia 14 de maio, a Primeira Turma do STF condenou por unanimidade a deputada a 10 anos de prisão em regime fechado pela invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Na ocasião, ela foi enquadrada por:
Associação criminosa;
Invasão de dispositivo informático;
Fraude processual;
Falsidade ideológica.
Além dessa condenação, Carla Zambelli responde a outras ações penais e inquéritos, incluindo:
Porte ilegal de arma e constrangimento ilegal (por perseguir um apoiador de Lula com uma arma em 2022);
Inquérito das Fake News, por disseminação de desinformação e ataques ao STF;
Inquérito das Milícias Digitais, que investiga articulações golpistas após as eleições de 2022;
Condenação na Justiça Eleitoral por abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação nas eleições de 2022 — com cassação do mandato e inelegibilidade por 8 anos, ainda em fase de recurso no TSE.
Com a confirmação da ausência da deputada e o anúncio de que ficará na Europa, o STF poderá:
Decretar sua prisão preventiva;
Solicitar ajuda internacional via Interpol para localização e extradição;
Determinar a perda do mandato parlamentar, caso a decisão transite em julgado ou o processo eleitoral avance.
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