Política / Senado Federal
Senado aprova restrições severas à publicidade das apostas esportivas e proíbe uso de influenciadores e atletas
Texto segue para análise da Câmara e pode mudar cenário de marketing das bets no Brasil
29/05/2025
07:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (28) um projeto de lei que impõe restrições rigorosas à publicidade de apostas esportivas de quota fixa, conhecidas como “bets”. A proposta, de autoria do senador Styvenson Valentim (Podemos-RN), foi relatada por Carlos Portinho (PL-RJ) e recebeu apoio unânime entre senadores da base e da oposição. Agora, o texto segue para votação na Câmara dos Deputados.
Um dos principais pontos do PL 2.985/2023 é a proibição do uso de atletas, ex-atletas (com exceção apenas após 5 anos de aposentadoria), artistas, comunicadores, influenciadores e autoridades em peças publicitárias das casas de aposta. A justificativa é o impacto negativo da exposição a esse tipo de propaganda, especialmente entre os mais vulneráveis e jovens.
“O mercado não foi capaz de se autorregular. Frases genéricas sobre jogo responsável não bastam frente aos riscos do vício em apostas”, declarou o relator Carlos Portinho.
Assim como nas campanhas antitabagistas, todas as peças publicitárias deverão conter uma mensagem de advertência obrigatória, que desestimula a prática de apostas.
Publicidade durante transmissões ao vivo de eventos esportivos.
Divulgação de cotações (odds) em tempo real fora dos canais oficiais das bets.
Propaganda impressa ou impulsionamento digital fora do horário permitido.
Participação de qualquer pessoa (inclusive como figurante) ligada ao esporte, arte ou mídia.
Publicidade com linguagem sexista, misógina ou estereótipos de gênero.
Apostas apresentadas como forma de sucesso, investimento ou solução financeira.
Uso de personagens animados ou IA que possam atrair o público infanto-juvenil.
Envio de propaganda por mensagens ou aplicativos sem consentimento.
Publicidade em uniformes de atletas menores de 18 anos.
Venda de uniformes infantis com logomarcas de apostas.
Propaganda em TV e internet apenas das 19h30 às 00h.
Em rádio, entre 9h-11h e 17h-19h30.
Exibição de anúncios 15 minutos antes e depois de eventos esportivos.
Publicidade nos próprios sites e apps das empresas de aposta.
Exibição da marca em chamadas de eventos após as 21h, sem promessa de ganhos.
Divulgação em redes sociais apenas para maiores de 18 anos autenticados, com opção de desativar.
Patrocínios de equipes, materiais esportivos e eventos seguem permitidos, desde que não incluam mensagens publicitárias.
Uniformes infantis não poderão conter nenhum símbolo das casas de aposta.
Bets poderão usar leis de incentivo à cultura e esporte para patrocinar projetos e eventos, inclusive digitais.
A aprovação do texto ocorre em paralelo à CPI das Bets, instaurada no Senado e relatada pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). A comissão investiga os impactos sociais e econômicos da proliferação das apostas esportivas no Brasil.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Mega-Sena acumula e próximo prêmio pode pagar R$ 31 milhões
Leia Mais
PF marca depoimento de Bolsonaro sobre ações do filho Eduardo nos EUA
Leia Mais
JBS USA anuncia investimento de US$ 135 milhões em nova fábrica de salsichas em Iowa
Leia Mais
Lúcio reaparece após queimaduras e faz primeiro passeio no hospital
Municípios