Campo Grande (MS), Quinta-feira, 01 de Maio de 2025

Maio Roxo

Profissional do Humap-UFMS e outros da Rede Ebserh falam sobre doenças inflamatórias intestinais

Tratamento controla os sintomas e melhora a vida do paciente Retocolite ulcerativa e doença de Crohn provocam inflamação crônica no intestino

30/04/2025

18:00

ASCOM

Doenças inflamatórias intestinais afetam cerca de 10 milhões de pessoas no mundo.

As doenças inflamatórias intestinais (DIIs) afetam cerca de 10 milhões de pessoas no mundo, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), e constituem um grupo de doenças que provocam inflamação crônica no intestino. A campanha Maio Roxo chama a atenção da sociedade e das entidades públicas para essas doenças. A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), com sua rede de hospitais universitários federais possui tratamentos via SUS para pessoas acometidas.

Características das DIIs

A retocolite ulcerativa e a doença de Crohn são as principais representantes das DIIs. Os sintomas mais comuns são diarreia crônica, presença de sangue ou muco nas fezes, dor abdominal, perda de peso e fraqueza. A causa das doenças ainda é desconhecida, mas acredita-se que esteja relacionada a fatores genéticos, imunológicos, ambientais, alteração da flora intestinal (disbiose intestinal), dentre outros. 

Na doença de Crohn a inflamação pode ocorrer em qualquer parte do trato gastrointestinal, sendo mais comum no final do intestino delgado e cólon direito. A inflamação pode ocasionar estreitamentos do canal do intestino e fístulas. A dor abdominal e a diarreia são os principais sintomas.

Já a retocolite ulcerativa acomete o cólon e reto. Sua inflamação acontece somente na primeira camada intestinal, chamada de mucosa. O intestino grosso absorve água e, durante a inflamação, os sintomas mais comuns são diarreia e sangramento nas fezes.

Segundo o médico Carlos Henrique Marques dos Santos, coloproctologista do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Humap-UFMS), o principal fator que leva a essas doenças é a genética. As pessoas com essa condição poderão, em algum momento, ter manifestação ou não das DIIs. Ele destaca o aumento de casos no Brasil e acredita que alguns fatores relacionados a hábitos de vida, como alimentação e estresse, podem favorecer o surgimento dos sintomas.

Quando em atividade, as DIIs, podem provocar manifestações extraintestinais. “As mais comuns são as inflamações articulares (artrite), mas também existem lesões de pele, oculares e inflamações do fígado, e das vias biliares”, elenca o especialista.

Diagnóstico

Bruno Augusto Alves Martins, médico proctologista e preceptor do Programa de Residência Médica em Coloproctologia do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB), esclarece que o diagnóstico das DIIs depende do conjunto de sinais e sintomas apresentados pelo paciente, somado aos achados nos exames laboratoriais, radiológicos, endoscópicos e histopatológicos.

A pessoa com a doença ativa convive com muito desconforto, e isso faz com que, muitas vezes, tenha que deixar de exercer suas atividades habituais. “Muitas pessoas são internadas em decorrência da doença e às vezes com complicações que precisam até de cirurgia de urgência. São doenças que causam um impacto muito grande na vida das pessoas”, completa o especialista do Humap-UFMS, Carlos Henrique.

Tratamento

Martins destaca que o tratamento das DIIs visa o controle dos sintomas e a melhora da qualidade de vida do paciente, que deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar. Segundo ele, os principais medicamentos utilizados no tratamento das DIIs, são os aminossalicilatos, corticoesteroides, imunossupressores e imunobiológicos. “Em alguns casos, o tratamento cirúrgico também pode ser necessário”, reforça o médico.

A Organização Brasileira de Doença de Crohn e Colite (GEDIIB), aponta que vários tratamentos permitem minimizar os sintomas e, inclusive, induzem à remissão por um longo período. O tratamento adequado depende de sintomas, localização, gravidade, e extensão da doença, bem como da resposta aos tratamentos já efetuados, número e gravidade das agudizações anteriores e tempo de remissão.

Para o controle dessas doenças é necessário um acompanhamento adequado, preferencialmente com gastroenterologista ou coloproctologista. Segundo Carlos Henrique, apesar de toda dificuldade que a doença causa para os pacientes, há avanços no tratamento e diagnóstico precoce. “Considerando que as DIIs não têm cura, é preciso que a pessoa aceite a doença e que procure um acompanhamento bastante rigoroso, com um profissional médico que vai orientá-la e auxiliá-la em todas as etapas”, diz o médico.

Hoje, há muitas opções de tratamento para a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn e quanto mais cedo for iniciado, melhor, podendo serem usados medicamentos mais simples, com menos efeitos adversos. “Já quando a doença é muito agressiva ou diagnosticada tardiamente, precisamos utilizar medicamentos de maior potência e que podem, às vezes, trazem mais efeitos adversos ao paciente”, explica o médico Carlos Henrique.

Prevenção

Segundo o coloproctologista do Humap-UFMS, quando tratada da forma correta, há grandes chances dessas doenças entrarem em remissão, ou seja, a pessoa fica sem sintomas, podendo permanecer assim por muito tempo. Ele frisa que o controle da doença envolve o tratamento com remédios, mas explica que algumas vezes haverá necessidade de ajustes no estilo de vida, como a alimentação, a prática de alguma atividade esportiva, o controle do estresse e deixar de fumar.

Sobre a Ebserh 

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação. 


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