POLÍTICA
Brasil, Europa, países árabes e Rússia condenam plano de Trump para Gaza
Líderes mundiais rejeitam proposta de expulsão de palestinos e controle dos EUA sobre o território
05/02/2025
07:55
G1
DA REDAÇÃO
Trump e Netanyahu se reúnem na Casa Branca
O mundo reagiu negativamente às declarações do presidente Donald Trump, que sugeriu que os EUA assumissem o controle da Faixa de Gaza e expulsassem seus habitantes. Durante um encontro com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, Trump afirmou que os palestinos não deveriam reconstruir a região e que seu país manteria uma "posição de posse de longo prazo" no território.
A fala provocou fortes críticas de líderes e autoridades internacionais, que classificaram a proposta como uma violação do direito internacional e um entrave à solução de dois Estados.
França
"A França reitera sua oposição a qualquer deslocamento forçado da população palestina de Gaza, o que constituiria uma grave violação do direito internacional e um obstáculo à solução de dois Estados", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Christophe Lemoine.
Brasil
O presidente Lula afirmou que a declaração de Trump "não faz sentido". "Quem tem que cuidar de Gaza são os palestinos", declarou em pronunciamento nesta quarta-feira.
Alemanha
A ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, destacou que a Faixa de Gaza pertence aos palestinos e que sua expulsão seria inaceitável. "Isso levaria a novos sofrimentos e a um novo ódio. Não pode haver uma solução acima das cabeças dos palestinos", afirmou.
Hamas
"O povo da Faixa de Gaza não permitirá que esses planos se concretizem. O que é necessário é o fim da ocupação e da agressão contra nosso povo, não sua expulsão", declarou Sami Abu Zuhri, autoridade do grupo.
Arábia Saudita
"A Arábia Saudita rejeita qualquer tentativa de deslocamento dos palestinos. O príncipe herdeiro Mohammed bin Salman afirmou de maneira clara e explícita que essa possibilidade não será aceita sob nenhuma circunstância", declarou o Ministério das Relações Exteriores saudita.
Turquia
O ministro das Relações Exteriores, Hakan Fidan, classificou as falas de Trump como "inaceitáveis". "Qualquer plano que exclua os palestinos levará a mais conflitos", alertou.
Espanha
"Quero ser muito claro: Gaza é a terra dos palestinos, e eles devem permanecer lá. Gaza faz parte do futuro Estado palestino", afirmou o ministro das Relações Exteriores, José Manuel Albares.
Autoridade Palestina
O presidente Mahmoud Abbas reafirmou que os palestinos não abrirão mão de sua terra, direitos e locais sagrados. "A Faixa de Gaza é parte integral do Estado da Palestina, junto com a Cisjordânia e Jerusalém Oriental", disse.
Rússia
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que um acordo no Oriente Médio só será possível com base na solução de dois Estados. "Essa é a posição da maioria dos países e da ONU, e acreditamos que é a única opção viável", afirmou.
Anistia Internacional EUA
"Remover os palestinos de Gaza equivale a destruí-los como povo. Gaza é sua casa. A destruição e morte são resultado das ações do governo de Israel, muitas vezes com bombas fornecidas pelos EUA", declarou o diretor-executivo Paul O'Brien.
Políticos dos EUA
A deputada democrata Rashida Tlaib, de origem palestina, criticou as declarações de Trump: "Os palestinos não vão a lugar nenhum. Essa fala só é possível por causa do apoio bipartidário ao financiamento da limpeza étnica."
O senador Chris Murphy também condenou a proposta: "Ele perdeu completamente a noção. Uma invasão dos EUA em Gaza levaria ao massacre de milhares de soldados americanos e a décadas de guerra."
Durante entrevista na Casa Branca, Trump afirmou que os EUA assumiriam o controle da Faixa de Gaza e liderariam sua reconstrução. "Em vez de os palestinos voltarem para reconstruí-la, os EUA vão assumir Gaza e cuidar disso", disse.
Ele acrescentou que a Jordânia e o Egito deveriam receber palestinos deslocados, mas não detalhou como isso ocorreria. Ambos os países rejeitaram a ideia e defenderam o direito dos palestinos permanecerem em sua terra.
A proposta foi elogiada pelo ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, que defende a anexação total dos territórios palestinos e a criação de novos assentamentos israelenses.
A comunidade internacional segue atenta às próximas movimentações sobre o futuro da Faixa de Gaza e possíveis impactos na estabilidade da região.
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