MUNDO
Justiça suspende ordem de Trump que retira cidadania de filhos de imigrantes ilegais e turistas
Decisão judicial protege direitos de crianças nascidas nos EUA enquanto Trump anuncia recurso
23/01/2025
16:15
G1
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Justiça Federal dos Estados Unidos suspendeu temporariamente uma ordem assinada por Donald Trump que retirava o direito à cidadania para filhos de imigrantes ilegais e turistas. A decisão, publicada nesta quinta-feira, 23 de janeiro, impede a implementação imediata da medida, que foi contestada por diversos grupos civis e procuradores-gerais de 22 estados governados por democratas. Trump afirmou que irá recorrer da decisão.
Logo após tomar posse como presidente, na segunda-feira, 20 de janeiro, Donald Trump publicou uma série de decretos visando combater a imigração ilegal. Entre essas medidas, destaca-se a questão da nacionalidade para crianças nascidas no país. A ordem de Trump estabelecia que agências federais não reconhecessem a cidadania americana de crianças nascidas nos Estados Unidos cujos pais estejam no país ilegalmente ou temporariamente, como turistas e outros portadores de vistos. Brasileiros poderiam ser diretamente impactados por essa medida.
Com a implementação da ordem, qualquer criança nascida após 19 de fevereiro, cujos pais não sejam cidadãos ou residentes permanentes legais, estaria sujeita à deportação e impedida de receber benefícios sociais ou trabalhar legalmente quando adulta.
Após a publicação do decreto, grupos civis e procuradores-gerais de 22 estados governados por democratas entraram com ações judiciais, argumentando que a ordem de Trump viola a 14ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que estabelece que qualquer pessoa nascida no país é cidadã.
Uma dessas ações foi analisada pelo Juiz John Coughenour, no tribunal de Seattle, que decidiu suspender a medida. O magistrado classificou a ordem de Trump como "flagrantemente inconstitucional". Em sua declaração, Coughenour afirmou: "Estou tendo dificuldade para entender como um membro do governo pode declarar inequivocamente que esta ordem é constitucional. Isso simplesmente confunde minha mente."
Com a decisão do juiz, a ordem de Trump fica temporariamente suspensa até que o caso seja julgado em instâncias superiores. Trump declarou que irá recorrer da decisão e questionou a imparcialidade do juiz responsável.
O Departamento de Justiça do governo de Trump defende a ordem afirmando que a 14ª Emenda da Constituição nunca foi interpretada como uma extensão universal de cidadania a todos os nascidos no país. Segundo o departamento, há bases legais para restringir a cidadania a filhos de cidadãos ou residentes permanentes legais.
Em resposta à decisão judicial, na terça-feira, 21 de janeiro, deputados republicanos apresentaram projetos de lei que buscam restringir a cidadania automática apenas aos filhos de cidadãos ou residentes permanentes legais. As propostas ainda estão em fase de discussão e poderão ser modificadas antes de sua votação.
A ordem de Trump poderia afetar diretamente famílias brasileiras que residem nos Estados Unidos de forma irregular. Crianças nascidas no país a partir de 19 de fevereiro de 2025, cujos pais não tenham status legal, estariam sujeitas às restrições impostas, afetando não apenas seu direito à cidadania, mas também seu acesso a benefícios sociais e oportunidades de trabalho.
A suspensão temporária da ordem de Trump permitirá que o caso siga para as instâncias superiores do judiciário dos Estados Unidos, onde será decidido se a medida será mantida ou revogada definitivamente. Trump já anunciou sua intenção de recorrer da decisão, mantendo a disputa judicial em curso.
A 14ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos foi ratificada em 1868 e estabelece, entre outros pontos, que todas as pessoas nascidas ou naturalizadas nos Estados Unidos e sujeitas à sua jurisdição são cidadãs dos Estados Unidos e do estado em que residem. Essa emenda é a base legal utilizada para garantir a cidadania a crianças nascidas no país, independentemente do status migratório dos pais.
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