CLIMA
2024 é o ano mais quente já registrado no Brasil
Desvio médio de temperatura de 0,79°C reforça tendências de aquecimento global
04/01/2025
08:00
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
O ano de 2024 entrou para a história climática do Brasil ao ser reconhecido como o mais quente já registrado, conforme dados divulgados pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A média de 25,02°C verificada ao longo do ano representa o maior valor desde 1961, início da série histórica do órgão oficial de meteorologia brasileiro.
O desvio médio de temperatura para 2024 foi de 0,79°C, considerando a série de 1991 a 2020. Esses números confirmam a tendência observada em dados parciais até novembro, que já apontavam 2024 como o ano mais quente do país, superando 2023, conforme reportagem da Folha de S.Paulo publicada na última segunda-feira (30).
De acordo com um comunicado do Ministério da Agricultura e Pecuária, ao qual o Inmet está vinculado, foi identificada "uma tendência de aumento estatisticamente significativo das temperaturas ao longo dos anos" nos desvios de temperaturas médias. Essa tendência está associada às mudanças climáticas decorrentes da elevação da temperatura global e das transformações ambientais locais.
A anomalia térmica, definida como a variação positiva ou negativa de uma temperatura em relação à linha de base, atingiu 2024 com uma variação de 0,79°C acima da média. A meteorologista Andrea Ramos explicou que "a anomalia é crucial para entender o quanto as temperaturas ficaram acima ou abaixo da média, seja em termos de temperatura, chuva ou umidade. Com dados de pelo menos 30 anos de uma estação meteorológica convencional, podemos gerar essa climatologia com valores de referência".
Era esperado que 2024 estivesse entre os anos de calor recorde, influenciado por fatores como a combinação de oceanos e continentes mais quentes, devido às mudanças climáticas e aos efeitos do El Niño. Embora um possível refresco com o La Niña, caracterizado pelo resfriamento da superfície do oceano nas porções central e oriental do Pacífico Equatorial, estivesse previsto, as previsões da OMM (Organização Meteorológica Mundial) indicam que esse fenômeno está cada vez mais fraco e distante.
No Brasil, o La Niña normalmente altera a distribuição de chuvas, aumentando a precipitação nas regiões Norte e Nordeste, e diminuindo no Sul e Centro-Oeste, além de proporcionar temperaturas mais amenas no país.
No cenário mundial, a confirmação de 2024 como o ano mais quente da história da humanidade já foi apontada pelo observatório Copernicus, da União Europeia. Com base na análise de vestígios do ambiente pré-histórico, que permitem estimar as temperaturas da Terra muito antes da existência dos termômetros, os pesquisadores europeus concluem que 2024 terá a maior média de temperatura dos últimos 125 mil anos.
As temperaturas recordes de 2024 ressaltam a urgência de medidas eficazes para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Governos, organizações e a sociedade civil estão cada vez mais atentos à necessidade de ações sustentáveis para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adaptar-se às novas realidades climáticas.
O registro de 2024 como o ano mais quente no Brasil destaca a crescente vulnerabilidade do país às alterações climáticas. Com impactos diretos na agricultura, na saúde pública e nos ecossistemas, torna-se imperativo que políticas públicas e iniciativas privadas sejam fortalecidas para enfrentar os desafios impostos pelo aquecimento global.
Para mais informações e atualizações sobre as tendências climáticas e seus impactos, acompanhe as publicações do Inmet e os relatórios das principais instituições científicas nacionais e internacionais.
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