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Atlético-MG e Botafogo disputam final bilionária da Libertadores em Buenos Aires
Botafogo e Atlético Mineiro buscam título histórico em confronto de SAFs bilionárias; final acontece neste sábado no Mâs Monumental, às 17h
30/11/2024
07:00
NAOM
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Em uma reviravolta impressionante, o Botafogo, que em 2021 estava à beira da falência, enfrenta neste sábado o Atlético Mineiro na final da Libertadores. A partida, marcada para as 17h (horário de Brasília) no Mâs Monumental, em Buenos Aires, representa muito mais do que um simples jogo: é um confronto entre dois clubes que se transformaram através do modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF), resultando em investimentos bilionários que visam salvar clubes tradicionais de crises financeiras e os colocar entre os grandes do continente.
No caso do Botafogo, o magnata John Textor foi responsável pela aquisição de 90% das ações do clube, investindo cerca de R$ 400 milhões desde que o clube se tornou uma SAF, o que proporcionou sua ressurreição. A trajetória do time carioca, que em 2021 disputava a Série B do Brasileirão, tem sido de crescimento acelerado, com investimento em atletas como Thiago Almada e Luiz Henrique, as maiores contratações da história do futebol brasileiro.
Do outro lado, o Atlético Mineiro também abraçou o modelo SAF, vendendo 75% de suas ações por R$ 913 milhões ao Galo Holding, conglomerado formado pelos empresários Rubens e Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador. Esse grupo tem sido responsável por manter o Atlético competitivo dentro e fora de campo, incluindo a transferência do Centro de Treinamento e da Arena MRV para a SAF, bem como o compromisso de assumir todas as dívidas do clube, garantindo maior estabilidade financeira.
A Lei da SAF, aprovada em 2021, permitiu que clubes brasileiros se reestruturassem financeiramente ao se tornarem empresas e buscarem investidores. Para o Botafogo, a aposta de Textor resultou em um time competitivo e com grandes ambições, enquanto o Atlético, sob a liderança dos 4Rs, tem investido pesadamente para se consolidar como uma potência no futebol nacional e internacional.
Ainda assim, o modelo de SAF levanta debates sobre a necessidade de um Fair Play Financeiro no futebol brasileiro. Clubes como Flamengo e Palmeiras têm criticado os gastos dos clubes-empresa, que muitas vezes superam suas receitas, colocando em risco o equilíbrio financeiro do futebol no país. Thairo Arruda, CEO do Botafogo, defende a estratégia, alegando que o financiamento é uma parte fundamental do crescimento do clube, comparando a situação ao financiamento imobiliário.
Enquanto isso, Bruno Muzzi, CEO da SAF atleticana, reforça que o Atlético busca um crescimento sustentável com o projeto Galo 2030, que visa manter o clube competitivo e financeiramente saudável. A gestão empresarial e a administração profissional são vistas como elementos cruciais para garantir o sucesso a longo prazo.
A final da Libertadores deste ano não é apenas sobre quem levará a taça para casa, mas também sobre o impacto do modelo SAF no futebol brasileiro e a disputa por novos horizontes. A decisão bilionária entre Botafogo e Atlético Mineiro promete entrar para a história não apenas pela grandeza do jogo, mas também pelas transformações recentes dos dois clubes.
Ficha Técnica
Atlético-MG: Everson; Lyanco, Battaglia, Alonso; Fausto Vera, Alan Franco, Scarpa e Arana; Paulinho, Hulk e Deyverson. Técnico: Gabriel Milito.
Botafogo: John; Vitinho, Adryelson, Barboza e Alex Telles; Gregore, Marlon Freitas e Thiago Almada; Luiz Henrique, Savarino e Igor Jesus. Técnico: Artur Jorge.
Árbitro: Facundo Tello (Argentina).
Horário: 17h (de Brasília).
Local: Mâs Monumental, Buenos Aires, Argentina.
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