Na noite desta terça-feira (1º), o Irã lançou um ataque massivo contra Israel, disparando mais de cem mísseis em resposta aos ataques israelenses contra o Hezbollah no sul do Líbano. O ataque ocorre horas após alertas dos Estados Unidos sobre uma ofensiva iminente, segundo fontes da imprensa local. O sistema de defesa antimísseis de Israel, o Domo de Ferro, entrou em ação, interceptando vários projéteis nos céus de Jerusalém, Tel Aviv e outras partes do país.

Explosões foram ouvidas em diversas regiões de Israel, incluindo o vale do Rio Jordão, e jornalistas da Reuters testemunharam mísseis sendo interceptados no espaço aéreo da Jordânia. As Forças de Defesa de Israel (FDI) orientaram os cidadãos a se abrigarem em salas seguras diante da ameaça generalizada de ataques, ressaltando que o cenário poderia escalar rapidamente.

Reações internacionais

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, utilizou a rede social X (anteriormente Twitter) para reafirmar o apoio dos EUA a Israel, após uma reunião com a vice-presidente Kamala Harris e sua equipe de segurança nacional. Biden afirmou que os EUA estão prontos para auxiliar Israel na defesa contra os ataques e proteger funcionários americanos na região.

Contexto do conflito

Os recentes ataques fazem parte de uma escalada no Oriente Médio, com Israel intensificando suas ações militares contra o Hezbollah e outros grupos aliados ao Irã, como parte de uma resposta ao ataque do Hamas há quase um ano. O Hezbollah, um grupo militante xiita libanês apoiado pelo Irã, tem sido alvo de operações israelenses no sul do Líbano, onde o líder do grupo, Hassan Nasrallah, e dezenas de comandantes foram mortos nas últimas semanas.

As incursões israelenses têm forçado o deslocamento de 60 mil pessoas na região, à medida que Israel busca neutralizar as posições do Hezbollah próximas à sua fronteira. A situação se agravou com o início das incursões terrestres israelenses, que buscam eliminar a presença de militantes do Hezbollah no sul do Líbano.

Riscos e possíveis retaliações

O ataque iraniano contra Israel traz consigo grandes riscos. Israel pode retaliar com força, principalmente contra as instalações nucleares do Irã. Em abril deste ano, durante um episódio similar, Israel demonstrou sua capacidade de atingir laboratórios e infraestruturas nucleares iranianas, uma ameaça constante no cenário de uma escalada do conflito.

No entanto, o Irã enfrenta um dilema. Deixar o Hezbollah, um de seus principais aliados na região, sem suporte durante um momento de crise pode enfraquecer sua influência no Oriente Médio. Pressões internas, especialmente da ala mais linha-dura do regime iraniano, estão forçando uma resposta, mesmo que sem intenção de iniciar uma guerra total.

Possível envolvimento de outros grupos

Outra hipótese considerada é a de que o Irã possa coordenar um ataque conjunto com os houthis no Iêmen, outro grupo rebelde financiado por Teerã, que já realizou ataques pontuais contra Israel. Esta coordenação aumentaria ainda mais a complexidade do conflito, envolvendo diferentes frentes de batalha em toda a região.

A situação em Israel

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, já havia emitido um alerta, orientando os cidadãos a seguirem as instruções das FDI. Nesta terça-feira, ele ampliou as restrições de reunião e trabalho presencial nas cidades de Tel Aviv e Jerusalém, especialmente em locais sem abrigos antiaéreos próximos. A situação no país continua delicada, com várias regiões em estado de alerta máximo.

As Forças de Defesa de Israel ainda não identificaram ameaças concretas adicionais, mas a tensão permanece alta. Caso o Irã opte por continuar ou ampliar o ataque, o cenário pode evoluir rapidamente para uma guerra em larga escala, envolvendo vários países e grupos militantes.

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