JUSTIÇA
Empresa de Elon Musk, Starlink, acata ordem de bloqueio do X no Brasil e entra com novo recurso no STF
Decisão de Alexandre de Moraes leva a bloqueio de contas e reação da Starlink, que tenta reverter a medida no Supremo
03/09/2024
16:52
G1
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Nesta terça-feira (3), a Starlink, empresa de internet via satélite de propriedade de Elon Musk, anunciou que cumprirá a ordem de bloquear o acesso à rede social X no Brasil, seguindo a determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A empresa havia inicialmente indicado que não seguiria a ordem, mas agora, mesmo diante de alegações de tratamento "ilegal" devido ao congelamento de seus ativos, a Starlink afirmou em suas redes sociais que irá acatar a decisão judicial.
A decisão de bloquear o X no Brasil ocorre em um contexto de conflito jurídico entre a Starlink e o STF. No mês passado, as contas da empresa foram bloqueadas por determinação de Moraes, como medida para garantir o pagamento de multas que somam R$ 18 milhões. Essas multas foram impostas devido ao descumprimento de ordens judiciais relacionadas ao bloqueio de perfis na rede social X, investigados pela Corte por disseminação de conteúdo antidemocrático.
A Starlink entrou com um novo recurso no STF nesta segunda-feira (2), buscando reverter a decisão individual de Alexandre de Moraes que determinou o bloqueio de suas contas. No entanto, o primeiro recurso, apresentado na sexta-feira (30), foi negado pelo ministro Cristiano Zanin, que considerou inadequado o uso de um mandado de segurança para contestar a decisão de outro ministro do STF.
No novo recurso, a Starlink espera reverter as decisões que têm impactado suas operações financeiras no Brasil, especialmente no que diz respeito ao bloqueio das contas, que afeta diretamente suas atividades no país.
O bloqueio das contas da Starlink no Brasil tem implicações significativas, considerando que a empresa fornece serviços de internet via satélite para áreas rurais do país, muitas vezes em locais onde outras formas de conectividade são limitadas ou inexistentes. Além disso, a Starlink mantém contratos importantes com órgãos públicos, incluindo as Forças Armadas e tribunais eleitorais, o que torna o bloqueio de suas contas um assunto sensível e de grande impacto.
A postura inicial da Starlink de resistir à ordem judicial e o subsequente cumprimento da decisão refletem a tensão crescente entre grandes empresas de tecnologia e o sistema judiciário brasileiro, especialmente em questões relacionadas à regulação de conteúdo online e ao cumprimento de ordens judiciais. A situação também destaca os desafios enfrentados por empresas que operam em múltiplas jurisdições, onde as normas legais e os processos judiciais podem variar amplamente.
À medida que a Starlink tenta reverter a decisão de bloqueio de contas, o caso continuará a ser acompanhado de perto, dado o seu potencial impacto não apenas nas operações da empresa no Brasil, mas também em futuras interações entre plataformas de tecnologia e o judiciário do país.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Municípios