Você já ouviu falar na formiga-cortadeira? Se o nome não é familiar para você, existe uma informação que você deveria ter em mente: essas pequeninas criaturas são conhecidas por terem o veneno mais letal de insetos em camundongos, segundo o Livro de Registros de Insetos da Universidade da Flórida (EUA). Esse nome é dado para formigas de várias espécies, mas a mais letal é certamente a Pogonomyrmex maricopa.

De acordo com especialistas, esses insetos possuem uma dose letal média de 0,12 miligramas por quilo quando injetado intravenosamente. Isso significa que seriam necessárias apenas 12 picadas dessas formigas para matar um rato de 2 kg e 500 picadas para matar um humano adulto. Para a sua sorte, no entanto, elas não parecem estar interessadas em nós.

O perigo das formigas-cortadeiras

As formigas-cortadeiras se adaptam ao modo de vida em colônia, compartilhando escavações aos milhares e, normalmente, colhendo sementes. Porém, elas são conhecidas por atacar pequenos insetos ou até mesmo alguns animais vertebrados maiores quando são ameaçadas. E para piorar, uma única formiga é capaz de picar sua vítima múltiplas vezes, o que aumenta a quantidade de veneno espalhado. Um grupo também costuma ser frequentemente atacando um único alvo.

Porém, por mais que as formigas Pogonomyrmex sejam realmente letais, morrer por elas não deveria ser sua maior preocupação. De qualquer forma, você provavelmente não vai querer esbarrar em um desses formigueiros — o que por si só já deve te livrar de qualquer ameaça.

Quando as formigas-cortadeiras formam colônias, elas limpam a vegetação criando um "ninho no formato de disco", que pode atingir mais de 10 metros de diâmetro. Elas podem representar entre 1% a 15% da área de terra em habitats adequados, o que faz com que sejam consideradas pragas na agricultura. Contudo, essa fama é relativamente injusta, uma vez que elas possuem um impacto benéfico para o meio ambiente.

Formigas e ecologia

Um fato pouco dito sobre as formigas-cortadeiras é que elas possuem uma notável influência no ecossistema em que estão inseridas ao mover sementes e criar as chamadas "ilhas de fertilidade". Inclusive, pesquisadores já observaram que os ninhos desses insetos costumam ser os primeiros locais a cultivar novas plantas após incêndios florestais — ajudando a reestabelecer uma paisagem queimada.

Sendo assim, esses animais curiosos podem ser, na pior das hipóteses, causa de algumas horas de dor para um ser humano. Mas em comparação com tudo que elas proporcionam para o nosso planeta e todo o impacto.