Sessão deve começar às 9h, no Fórum de Guarapuava. Advogada foi encontrada morta após queda do 4º andar do apartamento em que morava com o acusado na cidade, em julho de 2018.
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Júri popular de Luis Felipe Manvailer começa nesta quarta-feira (10) �?? Foto: Reprodução/RPC |
O júri popular de Luis Felipe Manvailer, marido acusado de ter matado a advogada Tatiane Spitzner, começa nesta quarta-feira (10) no Fórum de Guarapuava, na região central do Paraná, a partir das 9h.
Manvailer chegou ao fórum em um carro do Departamento Penitenciário do Paraná por volta das 8h30. Familiares e amigos de Tatiane fizeram um protesto no local, pedindo a condenação do réu.
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Luis Felipe Manvailer chega ao fórum de Guarapuava �?? Foto: Wilson Kirsche/RPC |
Tatiane Spitzner foi encontrada morta na madrugada do dia 22 em julho de 2018, após queda do 4º andar do apartamento em que morava com o réu, na cidade.
Preso há dois anos e seis meses na Penitenciária Industrial de Guarapuava, Manvailer responderá por homicídio qualificado - com as qualificadoras de feminicídio, motivo fútil e morte mediante asfixia. Ele também é acusado por fraude processual.
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Amigos e familiares de Tatiane Spitzner fazem protesto em frente ao fórum �?? Foto: Wilson Kirsche/RPC |
O júri popular do caso foi adiado duas vezes. Inicialmente marcado para 3 e 4 de dezembro, o julgamento foi adiado para 25 de janeiro, após um advogado de defesa do réu ser diagnosticado com Covid-19.
A segunda remarcação do júri ocorreu após pedido da defesa do réu por incompatibilidade de datas.
Conforme o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), por conta da pandemia do novo coronavírus, o julgamento será restrito para presença das partes envolvidas no processo.
O que dizem as partes
Na véspera do início do julgamento, a defesa de Luis Felipe Manvailer destacou que a queda de Tatiane foi uma "fatalidade".
"Infelizmente a Tatiane sofreu um acidente. Ela caiu, foi uma fatalidade. Nós lamentamos por tudo isso e sabemos que o Luis errou quando a agrediu e por essa agressão ele já está sendo punido", disse o advogado Cláudio Dalledone Junior.
O assistente de acusação, Gustavo Scandelari, ressaltou as provas que serão apresentadas durante o julgamento.
"As provas já foram produzias em primeiro momento e serão as mesmas apresentadas ao júri, especialmente o depoimento dos vizinhos que disseram que ouviram os gritos e disseram que os gritos terminaram e aí, três ou quatro minutos depois, eles ouviram o corpo de Tatiane caindo no chão", afirmou.
Relembre o caso
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| IML concluiu que advogada Tatiane Spitzner morreu por asfixia �?? Foto: Reprodução/JN
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Tatiane Spitzner foi encontrada morta na madrugada do dia 22 de julho de 2018. De acordo com a Polícia Militar (PM), houve um chamado informando que uma mulher teria saltado ou sido jogada de um prédio.
A polícia informou que encontrou sangue na calçada do prédio ao chegar no local. Testemunhas disseram que um homem carregou o corpo para dentro do edifício. Conforme a PM, o corpo de Tatiane estava dentro do apartamento.
Luís Felipe Manvailer foi preso horas depois da morte da advogada, ao se envolver em um acidente na BR-277, em São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná. A cidade fica a aproximadamente 340 quilômetros de Guarapuava, onde o crime aconteceu.
Durante uma audiência de custódia, Manvailer negou que tenha matado a esposa e disse que a advogada cometeu suicídio.
O acusado disse ainda que se acidentou porque a imagem de Tatiane pulando da sacada não saía da cabeça dele. Para a Polícia Civil, Manvailer tentava fugir para o Paraguai.
Em uma audiência de instrução, o acusado negou novamente que matou a advogada. Ele declarou que a família de Tatiane influenciou algumas testemunhas, que disseram na delegacia que haviam ouvido a advogada gritando durante a queda.
Segundo Manvailer, as testemunhas mudaram o depoimento nas audiências. No mesmo dia, o acusado preferiu não responder ao questionário feito pela Justiça e a audiência foi encerrada.
Luís Felipe Manvailer, professor universitário de biologia, era casado com Tatiane desde 2013, e o casal não tinha filhos.
Por Bárbara Hammes, G1 PR
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