Campo Grande (MS), Sexta-feira, 25 de Julho de 2025

Política / Economia Internacional

Alckmin cobra resposta dos EUA em carta oficial e lidera reação ao tarifaço de Trump

Brasil manifesta indignação com tarifas de 50% sobre exportações e busca negociação direta com autoridades americanas; soberania e impacto econômico são centro do debate

23/07/2025

20:15

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, enviou nesta terça-feira (15) uma carta oficial ao governo dos Estados Unidos, cobrando respostas sobre o tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump contra as exportações brasileiras. O documento foi assinado em conjunto com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e endereçado ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e ao representante comercial, Jamieson Greer.

O texto expressa a “indignação” do governo brasileiro com a medida, classificada como unilateral, injusta e prejudicial à histórica parceria econômica entre Brasil e Estados Unidos. Alckmin também reiterou que o país segue disposto a dialogar e propôs áreas de negociação para “soluções mutuamente aceitáveis”.

Trechos principais da carta enviada aos EUA:

  1. O Brasil considera inaceitável a tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras aos EUA.

  2. Destacou que a medida afeta negativamente setores-chave das duas economias, ameaçando uma parceria construída ao longo de 200 anos.

  3. Informou que o Brasil já havia enviado uma minuta confidencial de proposta comercial em maio, sem resposta até o momento.

  4. Reafirmou a disposição de dialogar com o objetivo de evitar danos comerciais.

  5. Alertou para a urgência do tema e solicitou retorno imediato dos Estados Unidos à proposta brasileira.

Reuniões com setores industriais e sindicais

Alckmin se reuniu com representantes da indústria, do agronegócio e de centrais sindicais para debater alternativas e estratégias de reação. Participaram da reunião nomes como:

  • Ricardo Alban (CNI)

  • André Passos (Abiquim)

  • Igor Calvet (Anfavea)

  • Sérgio Nobre (CUT)

  • Marcelo Carvalho (UGT)

  • Sérgio Luiz Leite (Força Sindical)

  • Tânia Zanella (OCB)

  • Abrão Neto (Amcham Brasil)
    Entre outros representantes de setores de alimentos, software, transporte e energia.

Durante o encontro, ficou decidido que a estratégia brasileira será reverter as tarifas até o dia 31 de julho, sem pedir prorrogação do prazo. A articulação também envolve pressão diplomática e institucional via empresários com interlocução nos EUA.

Investigação dos EUA e reação do Congresso

No dia seguinte ao envio da carta, o Departamento de Comércio dos EUA anunciou investigação sobre o Brasil, alegando “práticas desleais” em áreas como:

  • Comércio digital

  • Serviços de pagamento eletrônico

  • Tarifas preferenciais

  • Proteção da propriedade intelectual

  • Meio ambiente e desmatamento

  • Acesso ao mercado de etanol

Em resposta, Alckmin se reuniu com os presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB). Juntos, reafirmaram o compromisso com a defesa da soberania nacional e classificaram as acusações dos EUA como injustas e desproporcionais.

“Estamos unidos para defender a soberania nacional. O governo americano tem superávit com o Brasil e grande parte dos seus produtos entra sem tarifas. Essa medida é inadequada”, afirmou Alckmin.

Impacto das tarifas e possíveis contramedidas

  • O Brasil é o país mais afetado, com tarifa de 50% sobre exportações para os EUA.

  • Outros países atingidos: Canadá (35%), México (30%), UE (30%), Japão (25%), entre outros.

  • Se não houver acordo até 1º de agosto, o governo poderá acionar a Lei de Reciprocidade Econômica, recém-regulamentada por decreto do presidente Lula.

A lei prevê suspensão de concessões comerciais, investimentos e proteção de patentes em caso de medidas unilaterais contra o Brasil.
Foi criado um Comitê Interministerial de Contramedidas, com representação dos ministérios da Fazenda, Relações Exteriores, Indústria e Casa Civil.

Exportações brasileiras em risco

Entre os principais produtos atingidos pelas tarifas de Trump estão:

  • Óleos brutos de petróleo

  • Ferro e aço

  • Celulose

  • Carne bovina

  • Suco de laranja

  • Café

  • Aeronaves e peças industriais

Cerca de 12% das exportações brasileiras têm os EUA como destino, o que pode gerar prejuízos bilionários se o tarifaço entrar em vigor.


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