Política Internacional
Por atraso no G7, Lula cancela encontro com Zelensky e gera novo mal-estar diplomático
Presidente brasileiro defende solução diplomática e reafirma que guerra entre Ucrânia e Rússia não será resolvida pela via militar
17/06/2025
20:50
DA REDAÇÃO
Líderes do G7 se reúnem para foto oficial do evento; Lula fica ao lado de Zelensky — Foto: Reprodução
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou a cúpula do G7, no Canadá, nesta terça-feira (17), sem realizar a reunião bilateral prevista com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, o encontro foi cancelado por conta de atrasos na programação oficial da cúpula, que reuniu as principais potências mundiais.
Além da reunião com Zelensky, a agenda com o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, também foi desmarcada. A explicação oficial é de que os compromissos foram inviabilizados devido aos horários previamente definidos para as decolagens dos aviões dos chefes de Estado presentes no evento, realizado em Kananaskis, no oeste canadense.
O cancelamento acontece em meio às tensões diplomáticas já existentes entre Brasil e Ucrânia, agravadas pela posição brasileira de defender uma solução negociada para o conflito entre Ucrânia e Rússia.
Apesar do impasse, Lula e Zelensky posaram lado a lado na fotografia oficial do G7, mas não houve conversa reservada entre os dois. O pedido para a reunião partiu do próprio presidente ucraniano, que tem pressionado para que Lula visite Kiev, após o brasileiro ter se encontrado recentemente com Vladimir Putin na Rússia.
O histórico de atritos entre os dois presidentes inclui trocas de farpas públicas. Lula já afirmou que, se Zelensky fosse “esperto”, buscaria uma saída negociada para a guerra, enquanto Zelensky rebateu que Lula “não é mais um player relevante” nas negociações de paz, criticando a postura brasileira, vista por Kiev como pró-Rússia.
Durante sua participação no G7, Lula voltou a defender uma saída pacífica para o conflito no leste europeu.
“Não haverá solução pela via militar. É preciso colocar ucranianos e russos na mesma mesa para buscar o fim da guerra. As mortes continuarão enquanto não houver disposição para o diálogo”, afirmou o presidente brasileiro.
Apesar do cancelamento com Zelensky, Lula manteve conversas com outros líderes, incluindo:
Marc Carney, primeiro-ministro do Canadá;
Lee Jae-myung, presidente da Coreia do Sul;
Além de conversas informais com Claudia Sheinbaum, presidente do México, Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul, e Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia.
A participação de Lula no G7 reforçou o posicionamento do Brasil como defensor do multilateralismo e do diálogo, mas também escancarou as dificuldades do governo brasileiro em se equilibrar politicamente entre o Ocidente, os BRICS e os países em conflito.
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