Campo Grande (MS), Sábado, 07 de Junho de 2025
Política / Justiça
Eduardo Bolsonaro ignora notificações da PF e não responde sobre inquérito que apura atuação nos EUA
Deputado licenciado é investigado por suposta tentativa de influenciar governo Trump contra autoridades do STF
06/06/2025
18:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Polícia Federal (PF) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não respondeu aos contatos feitos para notificá-lo sobre a abertura de um inquérito que apura sua atuação nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.
Segundo o relatório da PF enviado ao ministro Alexandre de Moraes, foram feitas tentativas de contato por e-mail funcional e pessoal, além de mensagens via celular e ligações ao gabinete parlamentar. As notificações, conforme os registros de entrega, foram recebidas, mas não houve qualquer retorno por parte do parlamentar, que atualmente se encontra nos EUA.
“Até a presente data, não houve qualquer retorno, manifestação ou resposta por parte do destinatário”, afirma o relatório.
O inquérito foi aberto por Moraes a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O foco da investigação é a atuação de Eduardo Bolsonaro em solo norte-americano, onde, segundo a PGR, ele tenta influenciar o ex-presidente Donald Trump a impor sanções contra ministros do STF e outras autoridades brasileiras.
A Procuradoria aponta que o parlamentar estaria tentando interferir nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, caso em que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, é réu.
Entre os indícios apontados pela PGR estão:
Coação no curso do processo
Obstrução de investigação sobre organização criminosa
Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
Na última quinta-feira (5), Jair Bolsonaro prestou depoimento à PF e admitiu ter enviado R$ 2 milhões por Pix para o filho Eduardo, alegando que os valores foram enviados para que o deputado “não passasse necessidade” enquanto estava nos EUA.
Dado que Eduardo Bolsonaro está fora do país, o ministro Alexandre de Moraes autorizou que ele envie os esclarecimentos por escrito. Ainda assim, a ausência de resposta preocupa os investigadores, que agora avaliam as próximas medidas a serem adotadas.
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