Campo Grande (MS), Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025

MEIO AMBIENTE

STF acata ação contra expansão da pecuária no Pantanal do Mato Grosso

Supremo analisa constitucionalidade de lei estadual que autoriza pecuária em áreas de preservação permanente

28/10/2024

16:15

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O Supremo Tribunal Federal (STF) está analisando uma lei aprovada pelo estado de Mato Grosso que autoriza a expansão da pecuária extensiva no Pantanal, uma das áreas de preservação permanente mais importantes do Brasil. A ação contra a norma foi movida pelo Partido Verde (PV), que alega que a medida representa um retrocesso ambiental e infringe normas federais de proteção ambiental.

A ação é relatada pelo ministro Cristiano Zanin, que determinou um prazo de 10 dias para que o governo de Mato Grosso se manifeste sobre a lei. A análise do STF ocorre em meio a debates acalorados e preocupações levantadas por ambientalistas, que consideram a medida um risco para o já vulnerável ecossistema pantaneiro, que sofre com desmatamentos, queimadas e outras pressões ambientais.

Argumentos do Partido Verde

O Partido Verde sustenta que a lei estadual flexibiliza de forma excessiva as regras de proteção no Pantanal, permitindo a criação de gado em áreas que deveriam ser protegidas. Para a legenda, essa prática pode levar à degradação de áreas de preservação permanente, prejudicando o equilíbrio ecológico da região.

Outro ponto de contestação é a competência para definir políticas de proteção ambiental, que segundo o partido, é de responsabilidade da União. O PV argumenta que o governo de Mato Grosso extrapolou sua autoridade ao aprovar a lei, violando a Constituição Federal e as diretrizes nacionais de proteção ambiental.

Críticas à teoria do “boi bombeiro”

A lei em discussão também é defendida por produtores rurais que apoiam a teoria do “boi bombeiro”. Essa ideia propõe que a presença do gado no Pantanal poderia ajudar a prevenir incêndios, já que os animais consumiriam a vegetação que serve de combustível para o fogo. Contudo, especialistas criticam essa abordagem, apontando-a como simplista e ineficaz em um ecossistema complexo como o Pantanal.

A crítica baseia-se em dados de ocorrências de incêndios generalizados no Pantanal, mesmo com a presença do gado, demonstrando que a teoria não garante a proteção da área contra o fogo. Além disso, a pecuária extensiva pode trazer impactos negativos, como o pisoteio do solo, a erosão e a alteração do fluxo de água, afetando a biodiversidade local.

O papel do STF e as expectativas para a decisão final

Com o pedido de manifestação do governo de Mato Grosso, o STF deverá avaliar a constitucionalidade da lei e tomar uma decisão final sobre o tema. Se a norma for considerada inconstitucional, as medidas de proteção no Pantanal poderão ser fortalecidas, estabelecendo um precedente importante na relação entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.

Ambientalistas, produtores rurais e a sociedade em geral estão acompanhando o caso de perto, já que a decisão do STF pode representar um marco para o futuro do Pantanal. A questão central é até que ponto é possível conciliar atividades econômicas, como a pecuária, com a preservação de um ecossistema tão frágil e relevante.

Importância do Pantanal e a necessidade de proteção

O Pantanal é uma das maiores planícies alagáveis do mundo, abrigando uma rica diversidade de espécies de flora e fauna. Sua preservação é crucial não apenas para o equilíbrio ambiental, mas também para as comunidades locais, que dependem dos recursos naturais da região. A decisão do STF terá um impacto direto na gestão e conservação do Pantanal, destacando-se como um ponto de inflexão na política ambiental brasileira.

Para mais informações sobre o andamento do processo e as próximas etapas, acompanhe o site oficial do STF.


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