Hoje, 19 de outubro, é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Mama, uma data dedicada à conscientização e prevenção do tipo de câncer mais frequente entre as mulheres no Brasil e no mundo. A data visa alertar sobre a importância do diagnóstico precoce, que aumenta consideravelmente as chances de cura e melhora a qualidade de vida das pacientes.

Câncer de mama no Brasil: dados alarmantes

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve registrar mais de 66,2 mil novos casos de câncer de mama em 2022. Esse número representa um grande desafio para o sistema de saúde e reforça a necessidade de políticas públicas voltadas para a prevenção e o tratamento da doença.

O câncer de mama é o segundo tipo mais comum de câncer entre as mulheres, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Embora a maioria dos casos ocorra em mulheres acima dos 50 anos, ele também pode afetar mulheres mais jovens, especialmente aquelas com histórico familiar da doença.

Prevenção e diagnóstico precoce

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que mulheres de 50 a 69 anos realizem a mamografia a cada dois anos, mesmo na ausência de sintomas. O exame é essencial para detectar lesões iniciais que podem ser tratadas precocemente, aumentando as chances de cura para até 95% dos casos.

Além da mamografia, outros métodos de prevenção incluem o autoexame, que permite que a mulher conheça melhor o próprio corpo e identifique qualquer alteração. Embora o autoexame não substitua os exames clínicos, ele é um importante aliado para a detecção precoce de possíveis nódulos ou anormalidades.

Redução nos exames de mamografia no SUS

Um estudo recente divulgado pelo Ministério da Saúde revelou uma queda de 18% na realização de mamografias pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2022, em comparação com anos anteriores. No primeiro semestre de 2022, foram realizados cerca de 1,8 milhão de exames, enquanto, no mesmo período de 2018 e 2021, o número foi de 2,4 milhões.

Essa redução é preocupante, pois pode refletir em um aumento nos diagnósticos tardios e, consequentemente, na mortalidade por câncer de mama. A pandemia de covid-19 foi um dos fatores que contribuíram para essa queda, já que muitas mulheres evitaram consultas e exames de rotina devido às restrições sanitárias e ao medo do contágio.

Fatores de risco e sintomas

Os principais fatores de risco para o câncer de mama incluem:

• Idade avançada (acima de 50 anos).
• Histórico familiar de câncer de mama ou ovário.
• Sedentarismo e obesidade.
• Uso prolongado de hormônios (como terapia de reposição hormonal).
• Consumo de álcool e tabagismo.

Os sintomas mais comuns do câncer de mama são:

• Nódulo fixo e indolor no seio.
• Alterações na pele da mama, como retração, vermelhidão ou aspecto de casca de laranja.
• Secreção anormal nos mamilos, especialmente quando acompanhada de sangue.
• Alterações no tamanho ou forma das mamas.

Outubro Rosa: um movimento de conscientização

O Outubro Rosa, mês dedicado à prevenção do câncer de mama, é marcado por diversas ações de conscientização, exames gratuitos e campanhas educativas em todo o Brasil. A data também é uma oportunidade para incentivar o autocuidado e destacar a importância de um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada e prática regular de atividades físicas, que ajudam na redução dos riscos da doença.

A importância do apoio às mulheres com câncer de mama

Além do diagnóstico e tratamento, é fundamental oferecer apoio emocional e psicológico às mulheres diagnosticadas com câncer de mama, uma vez que a doença pode causar impactos significativos na saúde mental e na autoestima das pacientes. Organizações não governamentais, grupos de apoio e serviços de acolhimento têm papel essencial na humanização do atendimento e na promoção do bem-estar das pacientes.

Neste Dia Mundial de Combate ao Câncer de Mama, reforçamos a importância da informação, prevenção e do acesso a exames e tratamentos, para que mais vidas possam ser salvas e mais mulheres possam enfrentar essa doença com dignidade e esperança.