SAÚDE
Setembro Amarelo: a importância da Terapia Cognitivo-Comportamental na prevenção do suicídio
Terapia Cognitivo-Comportamental reduz em 30% as tentativas de suicídio, segundo estudo
24/09/2024
12:30
DA REDAÇÃO
Setembro Amarelo é um movimento dedicado à conscientização sobre a prevenção do suicídio, uma questão de saúde pública que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Criado em 2014 no Brasil, o movimento visa promover discussões abertas sobre o tema e ajudar pessoas que lutam com pensamentos suicidas. A importância de estratégias eficazes de apoio emocional e psicológico é cada vez mais evidente diante das alarmantes estatísticas globais.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 700 mil pessoas cometem suicídio anualmente no mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde divulgou em 2022 que a taxa de mortalidade por suicídio foi de 6,2 por 100 mil habitantes, totalizando cerca de 13 mil casos. Esses números evidenciam a necessidade de implementar estratégias eficazes de prevenção, e a psicologia, especialmente a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), surge como uma importante aliada nesse cenário.
Um estudo publicado em 2020 na revista Jama Psychiatry revelou que a Terapia Cognitivo-Comportamental pode reduzir significativamente as tentativas de suicídio em pessoas com sinais de depressão. A pesquisa, que incluiu uma meta-análise de 34 estudos com mais de 3.000 participantes, mostrou que a TCC foi associada a uma redução de 30% nas tentativas de suicídio em comparação com os grupos de controle. A TCC se concentra em mudar padrões de pensamento e comportamento negativos, oferecendo às pessoas ferramentas práticas para lidar com seus sentimentos e desafios emocionais.
A psicóloga clínica Sátina Pimenta, professora do curso de Psicologia da Estácio, ressalta a importância de abordar o tema sem estigmas e de maneira aberta: "Não tem problema nenhum perguntar todos os dias como foi o dia de alguém e como está se sentindo. Falar sobre os sentimentos é fundamental. Muitas vezes, o processo de ideação suicida é precedido por depressão ou traumas que podem ser evitados se prestarmos atenção aos sinais, como mudanças de comportamento."
Sátina também destaca que falar sobre suicídio não deveria ser um tabu, pois discutir o assunto pode abrir espaço para que as pessoas compartilhem o que sentem. "Transformar o suicídio em tabu impede que o tema seja discutido, levando a mais isolamento e vergonha."
Ao lidar com pessoas que apresentam sinais de depressão ou ideação suicida, é essencial escolher as palavras cuidadosamente. Frases como "não pense nisso" ou "olhe tudo que você tem" não ajudam, pois a pessoa já refletiu sobre essas questões. A melhor estratégia é o acolhimento empático. Perguntar "Quer um abraço?", "Precisa de ajuda?", ou "Como posso ajudar?" são formas mais eficazes de oferecer apoio.
O Setembro Amarelo é um momento para reflexão e ação, lembrando a todos que é possível buscar e oferecer ajuda. As campanhas visam mostrar que é fundamental conversar sobre saúde mental e que isso pode salvar vidas. Se você ou alguém que você conhece está passando por dificuldades, não hesite em procurar ajuda profissional.
#jornaldoestadoms
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